EDWIGES CORRÊA
( Brasil – Pará )
Maria Edwiges Santos Corrêa.
Poetisa, pediatra e homeopata.
SACIEDADE DOS POETAS VIVOS. VOL. XII. Organizadores: Urhacy Faustino e Leila Miccolis. Capa: Vande Rota Gomide.Rio de Janeiro: BLOEOS, s. d. 110 p Ex. bibl. Antonio Miranda
IGNORÂNCIA
Ignorante de si,
perdida de si,
orgulhosa de si,
medrosa de si,
explodindo de si
és no íntimo da alma a paixão
divorciada da razão.
És como a pólvora
adormecida
na esperança
de ser incandescida.
ERA ELA
Ela era,
quem estava na janela,
ali,
olhando para mim
que adormecia com doçura,
como uma abelha sobre a flor.
Ela era,
a dor, a paixão que perdeu o olha que me roubou
e que de fato pela explicação do meu corpo a trocou
e embriagada:
era ela,
uma alma sem cor dentro da madrugada
em busca de uma estrela
que soubesse devolver-lhe
o segredo daquele amor.
A LOUCA
A louca era a paixão
que não batia na porta,
mas entrava sem se anunciar
e, já com o tema na boca.
Vinha pronta para te amar
e contigo fazer a viagem
numa cantiga de amor.
Como pecadora
ou como santa
ela era cantora
paixão sufocadora
alma brilhante
sonhadora, porém,
distante e longe
para onde se foi,
e nem se sabe
adonde, ela ainda
hoje é viajora.
CORAÇÃO MUDO
Do fundo do silêncio escutei
a voz que não me veio de dentro
mas de longe, de onde só posso
ouvir não como ruído no ouvido,
mas, com a calma da alma diluída
e desfeita num beijo simples
que me foi enviado não sei de onde,
porque nem lábios tinha,
mas sei que tinha gosto
e cor transparente de vinho tinto,
e se foi pela minha boca a dentro
como um sorriso brilhante
de sol nascente.
Não tinha tato,
era um beijo sem corpo
que tinha o olhar opaco
de paixão e ouvir inexpressão
de amor.
Eu o vi e o escutei
refletir-se e como eco
repetir-se no fundo
do sempre repleto
coração mudo.
*
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Página publicada em janeiro de 2023
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